QUEM E JEOVA ?
Jeová disse ao povo de Israel: “Filhos sois de Jeová vosso Deus; não vos dareis golpes, nem poreis calva entre vossos olhos por causa de algum morto. Porque és povo santo à Jeová teu Deus, e Jeová te escolheu, de todos os povos que há sobre a face da terra, para lhe seres o seu próprio povo” (Dt.14:1-2). No Novo Testamento, Deus não tem filhos na carne: “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; aos que crêem no seu nome, os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus” (Jo.1:12-13). Ora, a Bíblia deixa claro que os filhos de Jeová não são filhos do Deus do Novo Testamento: “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos” (Gl.4:4-5). Ora, se os filhos de Jeová não eram filhos de Deus, Jeová não é Deus.
E ai, que Jeova nao e Deus, eu sei, porem quem e Jeova? com a palavra Mauricio C P:
Prezados senhores,
Considerando o tema deste tópico e uma atualização recente no meu blog de um ensaio já antigo no qual tratei do mesmo assunto. Peço licensa para transcrever o ensaio abaixo, e se acaso a moderação julgar que minha matéria seja inoportuna ou ofensiva à fé de alguns participantes e quiser removê-la, entenderei perfeitamente.
O DEUS DO VELHO TESTAMENTO
Um exame crítico
Vez por outra e quase sempre desprevenidos, somos abordados insistentemente por pessoas de um certo credo, algumas vezes pelas praças da vida, outras vezes num belo domingo, em nossas casas, despertados de um sono prazeroso e suave que se torna um pesadelo ao toque repetido, repentino e retumbante de nossa campainha, até que possamos sair e atendê-los dando a eles nada mais do que, como eles próprios dizem: “um minuto de sua atenção”. Um dos focos dessas campanhas de proselitismo é insistir em nos mostrar que Deus possui um nome e que este nome divino que, quiçá, “durará para sempre” é nada mais nada menos que Jeová, sugerindo, dentre outras coisas, que se não o conhecermos e o chamarmos pelo nome certo, talvez ele não saiba ou não responda as nossas orações e apelos. O grande foco dessa manobra está na Bíblia, mais especialmente no chamado Velho Testamento ou “escrituras hebraicas” (como eles preferem chamar), onde este nome aparece de forma recorrente na expressão de uma idéia judaica deveras obtusa e contraditória, muito embora progressiva, sobre quem ou o que seria o Criador de todas as coisas. Para aprofundarmos um pouco, em cima desse deus judaico, se optarmos por uma abordagem nua e crua, não nos cabe outro caminho senão começarmos dizendo que o deus encontrado em muitas dessas páginas bíblicas, ao nosso ver nada mais é do que o "deus que os homens criaram", e não "o Deus que criou todos os homens", se é que assim podemos nos expressar. Vemos não o Deus Verdadeiro, e sim uma caricatura formada a partir das mais grosseiras imperfeições humanas. Na tentativa de conhecer o incognoscível e de definir o infinito, os escritores bíblicos criaram um deus confuso e primitivo como eles proprios, tao instavel e mutavel como o proprio homem, pois sendo nomades de tribos
judaicas primitivas, criaram um deus à "sua imagem e semelhança". Como prova dessa afirmação lemos o Êxodo capítulo 15, versículo 3: "O Senhor é varão de guerra". Podemos notar que esse texto é o reflexo da época, pois um guerreiro concebia um deus guerreiro, já um pastor de ovelhas como Davi tinha Deus como seu pastor (Salmos 23:1), sendo, pois, a personalidade de tal deus moldada de acordo com o gosto do cliente, modelada segundo a cultura, a geografia, crença e ambiente respectivos de cada escritor. Em Números capítulo 31, lemos a respeito de uma das façanhas do sanguinário Jeová: "E falou Jeová a Moisés: Vinga os filhos de Israel dos midianitas, depois recolhido serás aos teus povos". Imagine só, o cruel Jeová incentivando o seu "povo escolhido" a atacar os midianitas! Moisés, como servo fiel, cumpriu à risca o mandato do Senhor dos exércitos. A respeito disso continuamos lendo: "Falou Moisés ao povo dizendo: armem-se alguns de vós para a guerra, e saiam contra os midianitas para fazerem a vingança nos midianitas.(...) e pelejaram contra os midianitas, como o Senhor ordenara a Moisés; e mataram a todo o varão (...) porém os filhos de Israel levaram presas as mulheres dos midianitas; e as suas crianças; e todo o seu gado; e toda a sua fazenda (...) e queimaram a fogo todas as suas habitações".
Em nome de Deus os israelitas traspassaram à espada todos os homens da cidade, do jovem ao ancião todos foram mortos sem nenhuma piedade. Só sobraram as mulheres e as crianças, mas Jeová e seu profeta ainda queriam mais sangue. O desfecho segue repugnante, como podemos conferir: "Porém Moisés e Eleasar, o sacerdote, e todos os maiorais saíram a recebê-los até fora do arraial. E indignou-se Moisés grandemente contra os oficiais do exército (...) e Moisés disse-lhes: deixaste viver todas as mulheres? (...) agora pois, matai toda mulher, que conheceu algum homem, deitando-se com ele. Porém, todas as crianças fêmeas, que não conheceram algum homem deitando-se com ele, para vós deixai viver". De fato, uma carnificina digna de causar inveja a qualquer Hitler, Mussoline, Bush ou Bin Laden.
Nem mesmo as criancinhas e mulheres foram poupadas da fúria cega do terrível Jeová dos exércitos, e como troféu barato, além dos despojos dos vencidos, Moisés oferece a "honra das virgens" aos seus soldados. Dá para acreditar que tal ordem foi inspirada por Deus? Somente os nossos doutos teólogos para crerem nessa patuscada divina! Mas quem pensa que isso é tudo se engana. Logo depois que Moisés recebeu as tábuas da lei, onde reluzia o "não matarás", para estabelecer um bom exemplo moral, foi logo matando três mil pessoas no sopé do monte sagrado: "E disse-lhes: Assim diz o Senhor, o deus de Israel; mate cada um a seu próximo (...) e caíram do povo aquele dia uns três mil homens.” Êxodo 32:27-28. Como podemos acreditar que isso seja um "ato de Deus"? Será possível amar a um deus que faz a seguinte declaração: "(...) eu mato, eu firo e ninguém já que escape da minha mão" Deuteronômio 32:39? O deus encontrado no Velho Testamento mais parece um perigoso criminoso, pois não pensa duas vezes em eliminar seus inimigos; entretanto, Jeová só era poderoso e forte com o fraco, pois bastava surgir um inimigo forte e lá se iam cativos os coitados dos hebreus, e todo o arsenal celestial não era capaz de aniquilar o inimigo e livrá-los das mãos pagãs de seus conquistadores.
Mas não é só isso, o Jeová inventado pelos judeus, bem ao estilo dos famigerados chefões da máfia, também tinha seus "queridinhos" ou "protegidos", esbanjando parcialidade. Um exemplo disso é o caso do famoso rei Davi. Escreveu lindos e maravilhosos salmos, porém, com a mesma facilidade com que dedilhava sua harpa decepava a cabeça de seus inimigos. Assassinou friamente o amalequita que piedosamente lhe levou a notícia da morte de Saul. Organizou uma verdadeira "quadrilha", que saía ao cair da noite a pilhar e saquear fracas cidades. Por esse perfil, sabemos que tal homem, se hoje estivesse vivo, seria julgado como criminoso de guerra e ninguém pensaria em seu nome como o de um santo.
Entretanto, Jeová em três oportunidades demonstrou sua parcialidade quanto ao proceder do "ungido rei Davi". No livro de II Samuel capítulo 11, ficamos sabendo que além de Davi cometer um adultério ainda de sobra cometeu um homicídio. Davi enamorou-se pela esposa de um de seus subalternos chamado Urias e mandou o mesmo em missão suicida com a finalidade de ficar com a sua esposa, o que de fato aconteceu. Ao invés de culpar o verdadeiro culpado, Jeová achou por bem matar o primeiro filho de Davi, o qual ele tivera com a adúltera Bete-Seba (II Samuel 12:15,16 e 18).
O segundo exemplo da injustiça divina aplicada por Jeová é encontrada no livro de II Samuel capítulo 6. Davi recebeu a ordenança do nosso "amigo" Jeová para trazer a Arca da Aliança a Jerusalém. De acordo com as recomendações de Jeová a Davi, a Arca deveria ser conduzida até Jerusalém em longos varais nas costas dos sacerdotes levitas. Porém, Davi achou melhor conduzi-la numa carroça puxada por bois. De repente a carroça pende para um dos lados, e a arca ameaça cair. Um soldado, de nome Uzá, que escoltava a arca com a melhor das intenções tenta segurar a arca evitando assim a sua queda. Veja só o que ocorreu, segundo o texto, a este aplicado soldado: "E chegando à eira de Nacom, estendeu Uzá a mão à arca de Deus, e teve mão nela, porque os bois a deixavam pender. Então a ira do Senhor se ascendeu contra Uzá, e Deus o feriu ali por esta imprudência, e morreu ali junto à arca de Deus" II Samuel 6:6,7. O que fez de mal para receber o jovem Uzá tal fim funesto? De acordo com o relato nada, pois somente quis livrar o deus bíblico de um vexame que por sua incompetência nem a Arca conseguia segurar em cima da carroça. Outra vez quem errou foi Davi, e quem pagou a conta foi um inocente.
A terceira vez que Davi pecou e conseguiu sair incólume está registrado em II Samuel capítulo 24. Para encurtar a conversa, todo caso gravita em torno de mais uma desobediência de Davi, contrariando as ordens de Jeová, o rei realiza um senso para saber o número dos soldados de Israel e Judá, coisa que havia sido proibida por Deus. Vejamos como o deus judaico resolveu castigar o impenitente e reincidente Davi: "Levantando-se, pois, Davi pela manhã veio a palavra do Senhor ao profeta Gade, vidente de Davi, dizendo: Vai, e dize a Davi: assim diz o Senhor: três coisas te ofereço; escolhe uma delas, para que te faça. Veio, pois, Gade a Davi, e fei-ze-lho saber; e disse-lhe: queres que sete anos de fome te venham à tua terra; ou que por três meses fujas diante dos teus inimigos, e eles te persigam; ou que por três dias haja peste na tua terra? Delibera agora, e vê que resposta hei de dar ao que me enviou".
Entendamos. O vidente particular de Davi cientifica o pecador que Deus bondosamente lhe oferece três opções para que ele pague a sua transgressão. Por ordem temos: Enorme escassez de alimentos, perseguição feroz por seus inimigos e uma grande contaminação no território.
Prossigamos com o relato, e vejamos como Davi resolve quitar sua pendência para com a divindade: "Então disse Davi a Gade: estou em grande angústia; porém caiamos na mão do Senhor, porque muitas são as suas misericórdias, mas nas mãos dos homens não caia eu. Então enviou o Senhor a peste a Israel, desde pela manhã até o tempo determinado; e desde Dã até Berseba, morreram setenta mil homens do povo". Mais uma vez a injustiça marca os atos de Jeová. Davi, com medo de cair nas mãos de seus inimigos, prefere cair nas de Jeová (acostumado a sair ileso de seus julgamentos), pedindo que caisse sobre ele e seu povo terrível peste. O que causa estranheza é que o pecador Davi nada sofre, pois a punição recai sobre "setenta mil" inocentes. Percebemos que Jeová era ruim de mira: nunca acertava o alvo, e frente a sua péssima pontaria o próprio Davi é quem resolve reclamar: "E, vendo Davi ao anjo que feriu o povo, falou ao Senhor, e disse: Eis que eu sou o que pequei, e eu é que iniquamente obrei; porém estas ovelhas, que fizeram? Seja, pois, a tua mão contra mim, e contra a casa de meu pai". Mesmo Davi não aguentou a falta de bom senso do implacável tirano, que ao invés de castigar quem merecia, sempre descontava suas "neuroses" no malfadado povo de Israel. Os três casos supracitados são suficientes para estabelecermos a falta de justiça do deus inventado pelos primitivos israelitas. De fato, não é só a falta de critério que macula a personalidade desse deus antropomorfo. Tratando-se de sua onisciência, o desastre ainda é maior; pois após criar algo "mal feito" é que o deus bíblico acha de se arrepender. Lemos em Números capítulo 23, versículo 19: "(...) Deus não é homem para que se arrependa". Porém, lemos em Gênesis capítulo 6, versículo 6, o seguinte: "Então arrependeu-se o Senhor de ter feito o homem(...)". E a síndrome de "Madalena arrependida", ao que parece, era traço tão destacado na personalidade de Jeová, que o mesmo acaba por confessar a Jeremias, o profeta: "(...) Estou cansado de me arrepender" Jeremias 15:6. O cansaço é recíproco, pois é ainda mais fatigante a nós, reles mortais, ver o deus Jeová tantas vezes se arrepender! Também o que vemos relatado em Êxodo capítulo 32, é de deixar qualquer “filho de Deus” boquiaberto: "Disse mais o Senhor a Moisés: Tenho visto a este povo, e eis que é um povo obstinado. Agora, pois, deixa-me, que o meu furor se ascenda contra ele, e o consuma(...)". Em vista da intenção de Jeová de destruir o povo, Moisés intercede e passa um sermão daqueles no irresponsável; saiba-se: "Ó Senhor, porque se ascende o teu furor contra o teu povo(...) lembra-te de Abraão, de Isaque, e de Israel, os teus servos, aos quais por ti mesmo tens jurado(...)". Depois de o profeta ajudar a deficiente memória de Jeová, temos o inusitado desfecho deste episódio: "Então o Senhor arrependeu-se do mal que dissera que havia de fazer ao seu povo". Ao ler tal disparate, só podemos concluir que o pobre "Jeová malvadeza", sofre das faculdades mentais, pois, imagine, como uma criança, Moisés precisa explicar para o coitado que o seu mau gênio e as crises neurastênicas não resolvem coisa alguma, e assim, depois de tamanha correção, só lhe resta novamente se arrepender.
Ao homem de bom senso tal relato só pode ser mais uma prova de que o deus que passeia em todo o Velho Testamento, salvo raras exceções, é por demais "humano" e se comporta à maneira dos tão falhos deuses gregos.
Fica evidente que esse deus antropomorfo nada mais é do que a "criação de seres imperfeitos". Também é relevante citarmos o fato de que era costume dos governantes da época revestirem suas opiniões e palavras com roupagens de "ordenanças divinas", haja visto que o povo acatava sem nenhuma resistência as "palavras dos deuses". No passado, catástrofes naturais como terremotos, tufões, vendavais, pestes epidêmicas, e até eclipses eram encaradas como ações de alguma divindade furiosa, pois faltava às pessoas o conhecimento científico dos fenômenos da natureza. É por isso que lemos em Isaías capítulo 45, versículo 7: "(...) eu faço a paz, e crio o mal: eu, o Senhor, faço todas estas coisas". Por ser criação da mentalidade de pessoas de uma época muito primitiva, a idéia que se fazia de Deus ainda se achava sob um casulo de múltiplas imperfeições. Os primitivos escritores da bíblia formaram e modelaram a personalidade de seu deus tribal a partir de seus próprios preconceitos, exatamente por que a imparcialidade demonstrada por Jeová não pode ser oriunda do Deus Verdadeiro. A respeito do sacerdócio lemos a seguinte recomendação dada por Jeová: "Pois nenhum homem em que houver alguma deformidade se chegará: como homem cego, ou coxo, ou de nariz chato, ou de membros demasiadamente compridos, ou o homem que tiver o pé quebrado, ou quebrada a mão, ou corcovado, ou anão, ou que tiver belida no olho, ou sarna, ou que tiver testículos quebrados". Pelo azar de uma pessoa nascer com uma deformidade, seria rejeitado parcialmente, e impedido de realizar o serviço sacerdotal. Parece isso ao caro leitor uma atitude justa da parte de um deus que de forma imparcial “manda a chuva para o justo e para o injusto”? Ora, tal sentimento preconceituoso é comum e natural no homem, mas não em Deus!!!
Muito poderia ser dito, páginas sem fim, mas concluímos por aqui, sem chegarmos a outra conclusão senão a de rejeitarmos o deus apresentado nas páginas do Velho Testamento, porque esse deus, por suas falhas e imperfeições, não pode ser digno nem mesmo de "desatar as correias de nossas alparcas". Frente às matanças, estupros, condenações e execuções lidas no Velho Testamento, deveríamos canonizar como "santo" o pior criminoso, pois nem mesmo o diabo, para quem jogam a culpa de tudo, é visto cometendo tantos crimes nas páginas bíblicas. E por não acreditarmos que o mesmo "Jeová dos exércitos" possa ser o pai do "Príncipe da paz"; o rejeitamos, pois não pode haver duas verdades quando tais se contradizem.
MAURICIO C.P.
Ultima revisao: junho 2008.
« Last Edit: May 13, 2010, 12:23:07 AM by mcpimen »
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