Torá X Alcorão

08-05-2011 20:13

Há uma grande semelhança entre a Torá dos judeus (Pentateuco do Velho Testamento - VT) e o Alcorão dos muçulmanos. Porém, eles são ambos totalmente contraditórios em relação ao Novo Testamento (NT). A Torá contem a lei do Judaísmo enquanto que o Alcorão contem a lei do Islamismo.
No VT, Moisés foi o profeta de Jeová, da mesma forma que Maomé foi o profeta de Alá. Porém, no NT, Jesus foi a própria presença de Deus entre os homens. Por isso ele disse a Filipe: Quem vê a mim vê o Pai (Jo. 14:9).
Judaísmo e Islamismo são ambas religiões monoteístas e vieram de um ancestral comum -- Abraão, o qual foi pai de Isaque através de Sara foi também pai de Ismael através da escrava Agar. Isaque é considerado o pai dos judeus enquanto que Ismael é considerado o pai dos árabes.
No VT as mulheres foram discriminadas e proibidas de exercer o sacerdócio, da mesma forma que pelo Alcorão as mulheres são também depreciadas e totalmente sujeitas aos seus maridos de forma autoritária. Porém, no NT Jesus não discriminou as mulheres (Jo. 4:9 a 27) e Paulo confirmou esse conceito dizendo que o que vale é ser uma nova criatura (Gl. 6:15).

Similaridades

Na Torá, a circuncisão é a regra de Jeová para todos os machos da mesma forma como também no Alcorão é regra de Maomé para todo muçulmano. Mas no NT a circuncisão física não tem valor. O que conta é a circuncisão espiritual dos corações, como diz Romanos 2:28 e 29.
Pela Torá os judeus guardam o Sábado uma vez por semana enquanto que pelo Alcorão os muçulmanos guardam o Ramadã uma vez por ano. Mas no NT, os cristãos são orientados a guardarem todos os dias e a se absterem continuamente das tentações vis da carne (Lc. 21:36).
Pela Torá os judeus são proibidos de comer certos tipos de carne (como carne de porco), exatamente como também no Alcorão dos islâmicos.
Mas no NT não há restrição quanto a comer qualquer tipo de comida, porque Jesus disse que o que contamina a alma do homem não é a comida física, mas sim a espiritual (Mt. 15:11).

Pela Torá, as recompensas prometidas por Jeová, tanto para Abraão, como para Isaque, Jacó, Davi ou Salomão, foram todas baseadas em bens terrenos seja através de propriedades, rebanhos, descendência e riquezas, da mesma forma como também no Alcorão, as promessas de Alá através de Maomé são todas fundamentadas em benefícios materiais futuros, algumas delas revestidas de elementos fantasiosos de sensualidade. Porem as promessas de Jesus no NT são todas baseadas em bens espirituais (Lc. 6:23).

Tanto na Torá como no Alcorão existe a regra "olho por olho, dente por dente", mas no NT Jesus mudou esse princípio vingativo e baseado na retaliação, dando um outro mandamento baseado no amor (Mt. 5:38 a 42).

Preconceito contra as mulheres

Se no Alcorão as mulheres estão em desvantagem em relação aos homens, também é certo que no VT as mulheres estiveram sempre inferiorizadas, sendo que o valor de uma mulher era quantificado por um pouco mais da metade do valor de um homem, como dá a entender Levítico 27:2 a 7.
Em Deuteronômio 24:1 temos outro exemplo de inferiorização da mulher, pois lemos que se um homem se casasse com uma mulher e viesse a se desapontar com ela, vendo nela alguma coisa indecente, poderia repudiá-la, concedendo-lhe neste caso um "certificado de divórcio".
Contudo, se acontecesse o inverso, a mulher não teria o mesmo direito com relação ao marido. Alem disso, uma mulher que perdesse sua virgindade fora do casamento deveria ser apedrejada segundo a lei de Jeová do VT (Dt. 22:20 e 21). Também neste caso a recíproca não era verdadeira quando se tratava do homem, ao invés da mulher.
Tal era o desprezo para com as mulheres no VT que os discípulos estranharam e maravilharam-se quando viram Jesus conversando com uma mulher junto ao poço de Jacó (Jo. 4:27). Eles ainda estavam profundamente arraigados às tradições discriminatórias judaicas.

Violência e Vingança

As lutas entre árabes e judeus tendem a nunca cessarem porque ambos os povos adotam princípios de vingança e retaliação, respectivamente através do Alcorão e da Torá (VT).
Muitos terroristas que se suicidam por causa da "Intifada" (guerra santa), o fazem na esperança de serem recompensados com belas virgens num paraíso de muita sensualidade e materialismo.
Até mesmo mulheres tomam parte de grupos extremistas armados.
Eles se inspiram no "herói" do VT, Sansão, o qual matou-se a si mesmo, levando mais pessoas consigo na sua morte do que abateu em toda sua vida. (Ju. 16:30).

Bênçãos materiais no Velho Testamento

No VT, representado pela "Torá", os bens materiais precederam os bens espirituais pelo fato de que todas as promessas feitas aos homens por Jeová estavam relacionadas a aspectos materiais, em termos de bens, saúde, filhos (descendência física) e glória terrena (Gn. 15:13 e 14; Ex. 3:21 e 22; Ex. 12:35 e 36).
Se saquear é um comportamento vergonhoso para quem se diz "santo", ordenar os saques é ainda pior! Pois foi o que Jeová ordenou ao povo de Israel com relação aos despojos dos inimigos (Sl. 128:1 a 6). O mesmo interesse materialista em bens terrenos está presente também nos princípios do Alcorão.
Diferentemente, no NT todas as promessas feitas por Jesus estão relacionadas a coisas espirituais, em um reino celestial isento de aspirações materiais e interesses terrenos (Ef. 1:3; Cl. 1:12 e 13).
Os discípulos de Jesus não entendiam o real objetivo da missão de seu Mestre, pedindo-lhe cargos e posições que eles almejavam no futuro reino, tal como vemos em Mateus 20:20 e 21. Nessa ocasião eles ainda tinham enraizada a doutrina dos bens terrenos do VT. No entanto, Jesus deixou claro que seu Evangelho envolve acima de tudo resignação e mortificação.

 

Prata e ouro - o número 666

Em Ageu 2:8 Jeová diz: "Minha é a prata e meu é o ouro". Quando Jeová pretendia recompensar alguém no VT ele dava bens, tais como posses materiais, riquezas, descendentes, poder e vitória em guerras.
Jeová recompensou a fidelidade de Jó com novos filhos e filhas (os primeiros haviam sido assassinados por ele), propriedades, ovelhas, camelos, bois e jumentos (Jó 42:12). Ele abençoou Abraão dando-lhe numerosos descendentes e prosperidade material (Ge. 13:2 e 24:1).
Ele enriqueceu a Salomão de tal forma que em todos os seus dias nunca houve alguém mais rico (1 Re. 3:13), mas as suas riquezas não foram para seu bem, porque através delas ele se tornou poderoso e imprudente, tomando muitas esposas estrangeiras que o levaram à idolatria.
O peso do ouro que Salomão recebia anualmente era de 666 talentos, de acordo com 1 Reis 10:14 (esse número é também associado com a besta de Apocalipse 13:18). Que terrível recompensa recebeu Salomão da parte de Jeová!
Tanto na Torá como no Alcorão, a busca pelos bens materiais é estimulada. O profeta do VT, Maomé, se tornou rico após seu casamento com uma viuva quinze anos mais velha, chamada Kadija.
Ainda na Torá nós lemos acerca da "proposta comercial" de Jacó a Jeová: Se me deres comida para comer e vestes para vestir eu te darei o dízimo (Ge. 28:20). Essa é a tão famosa lei do "toma lá, dá cá".

Um novo Reino

Jesus disse que o Filho do Homem não tinha onde reclinar a cabeça (Mt. 8:20).
Ele disse também o quão difícil seria para um rico entrar no Reino de Deus. Disse também que seria mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico apegado às suas riquezas entrar no Reino de Deus (Lc. 18:25).
Assim, Jesus considerou perigosos os bens e bênçãos tão valorizados pelos servos de Jeová do VT, porque eles tendem a afastar o homem de Deus. Ele recomendou-nos buscarmos tesouros no céu ao invés de tesouros na terra (Mt. 6:19 e 20).
A conclusão é que no VT os bens materiais eram super-valorizados, acima de qualquer coisa, enquanto que no NT os bens espirituais são mais valorizados em relação aos bens terrenos.


Instituto de Pesquisas Bíblicas Avançadas
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